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Carta Mensal Hashdex - Julho 2020

Cartas Mensais

A Carta Mensal da Hashdex deste mês traz como principais notícias:

  •  O fim do marasmo no mercado de criptoativos, após um mês de junho com baixa volatilidade; 
  •  A autorização da agência reguladora do sistema financeiro norte-americano para que bancos possam custodiar criptoativos;
  •  O impacto da lei de segurança nacional chinesa na procura por criptoativos;
  •  A parceria entre a Hashdex e a Fidelity Digital Assets para a custódia e negociação de cripto; entre outros assuntos relevantes.

Como novidade no formato da carta, inauguramos a seção Tema do Mês, onde abordaremos com mais detalhes conceitos relacionados ao mundo de blockchain e cripto.

JULHO: FIM DO MARASMO NO MERCADO DE CRIPTOATIVOS

Nos primeiros vinte dias do mês, os mercados de criptoativos seguiram o padrão de baixa volatilidade observado ao longo de junho. O Bitcoin terminou esse período praticamente estável, com o HDAI subindo 2,7%. No terço final do mês, o Bitcoin acordou da hibernação, com uma valorização de quase 20%, puxando o resto do mercado, e fechou o mês com alta de 24,8%, acima dos 11.000 dólares. O HDAI, por sua vez, rendeu 27,7%. No ano, o índice acumula alta de 63,1% contra 56,4% do Bitcoin.

Sobre constituintes do índice, um dos principais destaques foi o Chainlink. Ele destoou do marasmo predominante no início do mês e chegou a atingir uma valorização de quase 100% na primeira quinzena, tornando-o, na ocasião, o quinto ativo com maior participação no HDAI. Uma das razões apontadas para esse forte avanço de preços foi a parceria firmada com a Nexo, uma plataforma digital de empréstimo colateralizados em criptoativos. O ativo fechou o mês com valorização de 68,0%. A segunda melhor performance do mês foi do Ethereum, com 53,7%, impulsionado por avanço em DeFi. Mesmo os ativos com pior resultado ficaram próximos aos 20% de rentabilidade.

Em relação aos fundos locais, julho foi bem positivo a despeito da queda de 5% do dólar, com o Discovery rendendo 4,4%, o Explorer 8,7% e o Voyager 21,5%. O impacto positivo da valorização do HDAI nos fundos, de 5,0%, 10,2% e 25,2% respectivamente, foi reduzido pelo efeito do câmbio, cujo efeito nas rentabilidades dos três fundos foi de -0,9%, -1,9% e -4,7%, na mesma ordem.

BANCOS DOS EUA JÁ PODEM OFERECER SERVIÇO DE CUSTÓDIA E ATENDER EMPRESAS DE CRIPTO

O Office of the Comptroller of the Currency (OCC) é uma entidade ligada ao Departamento do Tesouro dos E.U.A., responsável pela regulação e supervisão dos bancos com atuação nacional.

No dia 22 de julho, Jonathan Gould, um dos principais dirigentes da OCC, escreveu em uma carta pública que os bancos americanos podem oferecer serviços de custódia das chaves privadas de criptoativos para seus clientes. Além disso, Gould explicitou que, observadas as questões relativas a risco e compliance, os bancos podem atender às empresas do setor de criptoativos.

Há alguns meses, a OCC está sob o comando de Brian Brooks, um ex-executivo da Coinbase, uma das maiores exchanges e custodiantes de criptoativos. Essa declaração reforça uma atitude positiva da OCC em relação ao segmento desde que Brooks assumiu o posto.

A carta de Gould representa uma grande mudança de paradigma para os criptoativos. A entrada dos grandes bancos da maior economia do mundo no segmento de custódia tem potencial de melhorar, baratear e popularizar o serviço. As facilidades da integração dos criptoativos com as contas bancárias e de investimentos tradicionais podem fazer um grande número de investidores alocar na classe. Por fim, a liberação explícita da prestação de serviços bancários a empresas de cripto pode remover uma barreira bastante inconveniente ao desenvolvimento do setor.

LEI DE SEGURANÇA NACIONAL CHINESA AUMENTA PROCURA POR CRIPTOATIVO EM HONG KONG

No final de junho, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, aprovou uma nova lei de segurança. A nova lei torna crimes contra a segurança nacional, por exemplo, o separatismo, a subversão ou o conluio com forças estrangeiras, e prevê penas de cinco a dez anos de prisão para os infratores. Na prática, a lei expande para Hong Kong restrições à liberdade de expressão e reunião vigentes na China continental.

A nova lei causou apreensão na população de Hong Kong e isso se refletiu na demanda por criptoativos lastreados em dólar. Antes mesmo da aprovação da nova lei, em junho, os rumores sobre o projeto, cujo conteúdo não foi divulgado, já causaram um grande aumento nas transações de USDT, stablecoin com colateral em moeda norte-americana, contra dólar honconguês. Uma segunda leva de procura pelos ativos digitais ocorreu logo após a aprovação.

O fato de uma parcela da população de Hong Kong, diante da desconfiança em relação ao governo, recorrer aos criptoativos ressalta uma característica intrínseca dos mesmos: a resistência ao confisco. A propriedade dos criptoativos é determinada pelo conhecimento das chaves privadas única e exclusivamente. Não há forma de governos ou quaisquer outras entidades irem contra. Além disso, é interessante pensar como, em casos de instabilidade política, a segurança oferecida por códigos computacionais pode suplantar a das instituições formais.

Os criptoativos já vinham sendo usados para viabilizar doações aos manifestantes pró-democracia e independência de Hong Kong desde que as contas utilizada para tal finalidade foram bloqueadas, no final do ano passado.

DESTAQUES DA HASHDEX

HASHDEX NA EXPERT 2020

A Expert XP 2020 reuniu mais de 5 milhões de espectadores em uma plataforma online para que os maiores especialistas do mercado financeiro mundial fossem ouvidos. A Hashdex patrocinou o evento e participou da live "Diversificação: Aplicando os conceitos de uma dieta balanceada ao seu portfólio". A temática da descorrelação, entretanto, não foi abordada apenas por Stefano Sergole, sócio e diretor de distribuição da Hashdex. Os notórios autores Ray Dalio e Nassim Taleb também discorreram em suas palestras sobre a importância da diversificação na construção de portfólios.

HASHDEX LANÇA SIMULADOR DE CARTEIRAS COM CRIPTO

Historicamente, a baixa correlação entre o retorno dos criptoativos e o das demais classes de ativos tem fornecido um alto potencial de diversificação. Pensando em facilitar a vida do investidor, a Hashdex desenvolveu o Simulador de Carteiras. Usando a ferramenta, investidores e assessores de investimentos podem simular os efeitos dos criptoativos em suas carteiras de investimento. Clique aqui e descubra como cripto pode agregar ao seu portfólio.

O FUNDO HASHDEX CRIPTOATIVOS VOYAGER FIM IE COMPLETA 12 MESES

Há exatamente doze meses nós lançamos o Hashdex Criptoativos Voyager FIM IE, fundo voltado para o investidor profissional com 100% da alocação em criptoativos. Desde então, continuamos perseguindo nossa missão de prover a todos os investidores brasileiros acesso simples ao mercado de criptoativos de forma regulada, com custos baixos, e atendendo aos mais altos padrões de segurança e governança.  Celebramos o rendimento de 44,78% em 12 meses do fundo Voyager desde seu lançamento em 31 de julho de 2019. Confira o material de divulgação.

FIDELITY, GIGANTE DO MERCADO AMERICANO, REALIZARÁ SERVIÇOS DE CUSTÓDIA E NEGOCIAÇÃO PARA A HASHDEX

A Hashdex é a primeira gestora da América do Sul a assinar um contrato com a Fidelity Digital Assets, custodiante lançada no final de 2018, vinculada à Fidelity Investments. Desde então, a companhia vem se expandindo, com o objetivo de servir clientes em diversos países. Seus serviços obedecem aos mesmos padrões de exigência e segurança presentes e testados em outros negócios da Fidelity Investments, com o diferencial de integrarem recursos e experiências exclusivos em ativos digitais. A iniciativa se soma a uma série de ações estratégicas já implementadas pela Hashdex junto a outros custodiantes institucionais. A parceria tem o objetivo de oferecer ao investidor exposição a criptoativos de forma segura, regulada e confiável, prestando-lhe ainda mais confiança e solidez nos seus investimentos. Confira matéria publicada na Exame sobre a parceria.

TEMA DO MÊS

A ESCALADA DE DEFI (E DO ETHER)

Desde a criação da rede Ethereum em 2015, uma das teses de mais força no mundo de cripto é a de que a inovação introduzida pelos smart contracts permitirá uma reinvenção dos serviços financeiros sob um novo paradigma de finanças descentralizadas (abreviado como DeFi, do inglês Decentralized Finance). Blockchains como a do Ethereum funcionam como computadores que podem fazer compromissos. Com esses "computadores", empreendedores em cripto estão repensando como podem oferecer serviços financeiros sem intermediários, beneficiando seus usuários com custos baixos, maior velocidade e alcance, e mais transparência. Em 2020, em paralelo a todas as discussões sobre a tese do Bitcoin como a reserva de valor do futuro e sobre o poder de diversificação dos criptoativos, a tese de DeFi tem ganhado um peso enorme, tornando o Ether, dentre os de maior valor de mercado, um dos criptoativos de melhor performance no ano.

DeFi é um campo que já possui várias iniciativas sólidas em diversos casos de uso, tais como bolsas descentralizadas, mercados de derivativos e tokenização de ativos. No entanto, são duas as aplicações que têm se destacado nesse ano. Conforme exploramos em nossa carta de abril o uso das chamadas stablecoins, que são criptoativos atrelados a outras moedas fiduciárias (predominantemente ao Dólar), cresceu explosivamente desde o início da crise do Coronavírus. Na esteira do crescimento das stablecoins, outra aplicação ganhou uma força enorme desde meados de junho: empréstimos colateralizados usando criptoativos.

Em junho, o Compound, um dos principais protocolos de empréstimos em cripto, lançou uma inovação identificada por muitos como uma estratégia criativa de aquisição de usuários. Pessoas que usassem a plataforma para emprestar ou tomar emprestado criptoativos passaram a ser recompensadas em COMP, um token nativo da rede do Compound. O COMP, entre outras coisas, dá aos seus detentores o poder de influenciar a governança do protocolo. A introdução da recompensa no Compound desencadeou uma onda frenética em cripto, apelidada de Yield Farming, na qual agentes do mercado utilizam e reutilizam ativos que tomaram emprestado para coletar mais recompensas. Há bastante controvérsia a respeito da sustentabilidade do Yield Farming mas a realidade é que o objetivo das recompensas tem sido atingido. Conforme mostra o DeFi Pulse, um site que acompanha o crescimento dos protocolos de DeFi, o valor financeiro de ativos travados em garantias de empréstimos em cripto cresceu vertiginosamente desde a metade de junho, de US$ 1 bilhão para US$ 4 bilhões.

A grande maioria dos protocolos de DeFi rodam em cima da rede Ethereum. Na esteira de todo esse crescimento em DeFi, o Ether já valorizou 200% no ano e tem se destacado como o melhor criptoativo do HDAI até o momento. Este desempenho extremamente positivo do Ether, que possui fundamentos claros, reforça a nossa tese de que um investimento diversificado em diferentes criptoativos entrega ao investidor exposição aos muitos casos de uso que a tecnologia blockchain nos permitirá. 

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