Conectando a segurança da blockchain com os retornos dos investidores.
Lucas Santana, PhD
Staking é o processo que permite que detentores do token nativo de uma blockchain Proof-of-Stake (PoS) - como Ethereum, Solana ou Polkadot - possam participar do mecanismo de consenso da rede, através da trava de certa quantidade de seus tokens como colateral para tanto.
Esse fluxo é fundamental para a segurança de uma blockchain PoS, pois garante que a proposição e atestação de blocos por parte dos validadores se dê sem ações maliciosas. O staking exerce um papel importante na integridade da rede e no incentivo para que os validadores se comportem com responsabilidade.
Dependendo da blockchain PoS, a participação de um validador pode ser reduzida como uma penalidade por atividades maliciosas - como double-signing (quando um validador assina simultaneamente mais de um bloco) e double-attesting (votando em dois candidatos diferentes propostos para o mesmo bloco). Tal situação é conhecida como slashing. Ao operar de forma maliciosa, o validador pode perder parte de seu colateral e, dependendo da rede, pode ser forçado a sair do processo de validação da blockchain.
Dessa forma, staking reforça a segurança da rede, reduzindo o risco de ataques, nos quais um grupo de validadores busca controlar a maioria do poder de consenso na rede, criando assim uma oportunidade para manipular transações. Com uma participação alta o suficiente, os validadores são incentivados a seguir as regras da rede e são penalizados por qualquer comportamento malicioso.
Os investidores têm três incentivos principais para se envolverem com staking:
Do ponto de vista da Hashdex como gestora de ativos, esses fatores podem contribuir de forma relevante a estratégia pura de buy and hold, reduzindo a diluição do net asset value (NAV), podendo reduzir os custos administrativos de produtos estruturados e promovendo a gestão de investimentos responsáveis.
Quando os validadores adicionam ou atestam novos blocos à cadeia, eles recebem recompensas. Essas recompensas são determinadas pelo algoritmo de consenso usado pela rede blockchain. De forma geral, os rewards são uma porcentagem do valor total do stake, que é distribuída entre os validadores que participam do processo. Os parâmetros específicos dependem de cada token e rede, mas normalmente envolvem os seguintes fatores:
Para exemplificar e facilitar o entendimento de forma mais simples, o cálculo abaixo supõe que não há despesas operacionais e que o processo de staking envolve apenas o bloqueio de ativos:
Staking yield = (Block rewards/ Valor total em staking na rede) * 100
Risco de volatilidade: O preço do criptoativo alocado em staking mantém o mesmo risco de mercado de um cripto ativo sem staking, e está sujeito a volatilidade dos preços, que pode afetar a recompensa esperada do validador.
Risco de liquidez: O criptoativo alocado em staking está sujeito a um período de bloqueio durante enquanto estiver em staking. Além disso, após o pedido de “unstaking” do criptoativo, o mesmo é desbloqueado conforme regras de sua respectiva rede, com o desbloqueio podendo ocorrer em uma janela bem curta ou em uma janela maior dependendo das características de cada rede/criptoativo Em resumo, o ativo não é facilmente acessível ou vendido, durante o período em que estiver em “staking” o que pode impactar o pagamento de resgates ao investidor.
Risco de rede: O processo de staking envolve o suporte às operações de uma rede blockchain, que pode estar sujeita a riscos de segurança e estabilidade. Se a rede sofrer qualquer violação de segurança, isso pode afetar o preço do criptoativo em questão.
Risco técnico: O processo de staking exige o uso de plataformas ou softwares específicos que estão sujeitos a problemas técnicos. Se houver problemas técnicos com as plataformas ou softwares, isso pode afetar as recompensas de staking.
Risco de slashing: Alguns sistemas de staking impõem penalties, como remoção ou queima de tokens, para desencorajar comportamentos maliciosos ou erros operacionais por validadores. Se as regras do sistema forem violadas, o validador pode perder parte do colateral e, dependendo da rede, pode ser forçado a sair do processo de validação da blockchain.
Diversos criptoativos podem ser usados para staking, incluindo tokens nativos para blockchains e tokens de utilidade/ governança para dApps. A lista específica e suas respectivas recompensas depende do protocolo e da rede que suporta tais ativos. Alguns exemplos incluem:
O processo de staking envolve bloquear determinada quantidade de criptoativos em uma carteira na rede como colateral para participar no mecanismo de consenso e validar transações. Esse colateral pode ter requisitos mínimos, como uma quantidade mínima de criptoativos ou tempo mínimo durante o qual o stake deve ser mantido. A quantidade de ativos necessária para stake depende de cada rede. Por exemplo, para operar como validador no Beacon Chain do Ethereum, é preciso de 32 ETH. Vale lembrar que cada rede tem autonomia para mudar esses requisitos, por exemplo, de tempo e quantidade mínima, conforme definições internas de sua comunidade e de seus desenvolvedores.
O período mínimo de staking depende da blockchain ou plataforma sendo utilizada. Quando um usuário aloca seus tokens em staking, pode existir um período de lock-up no qual não é permitida sua retirada. O tempo mínimo pode variar de algumas horas a vários meses ou até anos.
As recompensas obtidas com staking dependem de diversos fatores, incluindo, por exemplo, o ativo escolhido, o reward oferecido pela rede e a quantidade alocada para staking.
Mineração e staking são maneiras diferentes de uma rede blockchain alcançar o consenso. Ambos são meios para os nós da rede incluírem transações no próximo bloco. Em ambos os casos, mineradores e validadores têm a chance de serem recompensados pelo serviço que estão fornecendo à rede.
A mineração envolve o uso de poder computacional para resolver problemas matemáticos complexos, de forma a determinar quem irá validar transações na blockchain. Os mineradores recebem recompensas por incluir transações com sucesso. Esse processo exige hardware especializado e elevado consumo de energia.
Por outro lado, staking é o processo através do qual detentores de um token nativo de uma blockchain Proof-of-Stake (PoS) podem participar do algoritmo de consenso da rede. Isso envolve bloquear determinada quantidade de criptoativos por um período de tempo de forma a validar transações e contribuir para a segurança da rede. Os usuários recebem recompensas por esse serviço. Os sistemas PoS são considerados mais eficientes energeticamente do que os sistemas PoW, já que não exigem o uso de recursos computacionais tão intenso.
O staking delegado, também conhecido como Proof-of-Stake (PoS) delegado, é uma variação do algoritmo de consenso Proof-of-Stake (PoS). Em um sistema de staking delegado, detentores de tokens podem delegar o staking para um validador, que é responsável por validar transações e criar novos blocos em seu nome.
O staking delegado é projetado para endereçar potenciais problemas do PoS, como a concentração de poder em um pequeno grupo de participantes. Ao permitir que detentores de tokens deleguem o processo de staking para um validador de confiança, mesmo aqueles com pequena quantidade de ativos podem participar da rede e receber recompensas.
O staking delegado também ajuda a aumentar a velocidade e eficiência da validação de transações e da criação de blocos ao reduzir o número de participantes que estão diretamente envolvidos no processo. Ao delegar o staking para um validador, detentores de tokens podem evitar a participação ativa na rede enquanto ainda ganham recompensas.
A escolha de um validador para staking de criptoativos é uma decisão importante que pode impactar o retorno e a segurança dos investimentos. Ao investir em cripto através de fundos de uma gestora como a Hashdex, investidores se beneficiam de sua expertise e diligência em relação às melhores práticas em staking. Alguns fatores a serem considerados na escolha são:
Dependendo da blockchain PoS, a participação de um validador pode ser reduzida como uma penalidade por atividades maliciosas - como double-signing (quando um validador assina simultaneamente mais de um bloco) e double-attesting (votando em dois candidatos diferentes propostos para o mesmo bloco) - ou por erros operacionais. Tal situação é conhecida como slashing. O validador pode perder parte de seu colateral e, dependendo da rede, pode ser forçado a sair do processo de validação da blockchain. Esse mecanismo tem o objetivo de garantir a segurança da rede.
Tanto staking quanto lending usam criptoativos para obter retornos, mas o staking é um conceito nativo do ambiente cripto, enquanto lending é um conceito comum em finanças tradicionais. Esses dois mecanismos também se diferenciam em seus riscos potenciais. O processo de staking envolve o bloqueio de criptoativos para suportar uma operação na rede blockchain. Os stakers recebem recompensas na forma de tokens por esse serviço. Por outro lado, lending é o processo no qual usuários emprestam seus criptoativos para prover liquidez à rede. Em troca, lenders recebem pagamento de juros para compensar o uso de seus ativos por determinado período de tempo, assim como pelo risco de default.
Os criptoativos em staking podem ser perdidos em caso de slashing ou se a rede sofrer ataques hacker ou outras falhas de segurança. Além disso, stakers estão sujeitos a risco de mercado, dado que o preço do ativo é flutuante. Se o valor do criptoativo cair significativamente, stakers podem perder capital no resgate.
Em alguns casos, uma falha da rede blockchain pode acarretar em perda total dos criptoativos em staking. Isso pode acontecer caso a rede sofra um ataque hacker ou outra falha de segurança que resulte em perda de todos os fundos, ou se a rede deixar de operar devido a questões técnicas. Em outros casos, os criptoativos alocados em staking podem ser devolvidos aos stakers mesmo em eventos de falha. Por exemplo, se a rede blockchain for projetada com um mecanismo que automaticamente retorna os ativos em eventos de falha, os usuários podem conseguir recuperar seus fundos.
Staking é um mecanismo importante no desenvolvimento de criptoativos por diversos motivos: