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Carta Mensal Hashdex - Novembro 2020

Cartas Mensais

FUNDOS DE INVESTIMENTOS HASHDEX

Confira a performance dos fundos da Hashdex e seus materiais de divulgação.

PERFORMANCE DO HDAI (USD) YTD 180,6%

PERFORMANCE DO HDAI EM NOVEMBRO 45,6%

VOLATILIDADE DO HDAI % AO ANO | VOL corrente 93,8% | VOL média 57,4%

 

NOVEMBRO: CRIPTOATIVOS PARA O ALTO E AVANTE

 

Em novembro, o mercado de criptoativos seguiu o movimento de alta iniciado em outubro com o anúncio de que o PayPal ofereceria serviços de cripto para seus usuários. As várias altas levaram o Bitcoin a renovar a máxima do ano diversas vezes até aproximar-se da máxima histórica, registrada durante a bolha de 2017. No dia 25, o Bitcoin acumulava uma alta de mais de 39% no mês, negociado acima dos US$ 19 mil, contra 46% de valorização do HDAI. No dia seguinte, porém, um tweet do CEO da Coinbase, a principal exchange de criptoativos dos EUA, sobre uma possível regulação do governo Trump foi o gatilho que disparou um forte movimento de realização de lucros, potencializado por mais de US$ 2 bilhões de liquidação de derivativos em apenas 24 horas. Com isso, o Bitcoin retornou à faixa dos US$ 16 mil, enquanto o HDAI devolveu quase vinte pontos percentuais de rentabilidade. Nos últimos três dias do mês, o Bitcoin retomou a trajetória de alta e, no dia 30, superou a máxima histórica. O principal criptoativo fechou o mês com rentabilidade de 40,1%, batido pelo HDAI, que rendeu 45,6%.

Todos os componentes do HDAI tiveram retornos positivos, entretanto três deles mais que dobraram de valor em novembro. O Aave, que substituiu o LEND, subiu mais de 140%,  impulsionado por melhorias no protocolo de empréstimos de cripto. O lançamento de stablecoins de Real e Peso Argentino e uma nova versão de seu protocolo parecem ter alavancado a valorização de 163% do Stellar Lumens. Já o XRP decolou 171%  com o anúncio do airdrop de tokens da Flare Network, o Spark, que integra diferentes blockchains. No total,  45 milhões desses tokens serão distribuídos a quem possuir o XRP.

O bom resultado de cripto foi, em pequena medida, compensado pela desvalorização de 6,83% do Dólar frente ao Real. Com isso, Discovery, Explorer e Voyager renderam, respectivamente, 6,8%, 13,9% e 37,1%.

 

EUA USAM CRIPTO PARA ENVIAR AJUDA A VENEZUELANOS

 

Uma nota divulgada pela Circle, empresa de pagamentos digitais sediada em Boston, jogou luz sobre uma importante operação humanitária viabilizada com o uso de criptoativos.  Segundo a nota, uma agência do governo americano procurou a empresa a fim de solucionar um problema: como o governo de Juan Guaidó, reconhecido pelos EUA como legítimo representante da Venezuela, poderia utilizar os recursos congelados e, posteriormente, confiscados do regime de Nicolás Maduro para o combate à pandemia do coronavírus, furando as restrições de capital e a manipulação do câmbio oficial venezuelanas. A engenhosa solução encontrada foi transferir os dólares confiscados para uma conta bancária do governo Guaidó nos EUA, que o usou para “cunhar” USDC, a stablecoin lastreada em dólares gerida por um consórcio do qual a Circle faz parte. O criptoativo então pode ser transferido para a Airtm, uma plataforma de pagamentos digital em dólares que integra banco e blockchain e permite que os usuários de outros países das Américas saquem em moeda local convertida a valor de mercado. Nessa plataforma, acessível através de VPNs, os recursos são transferidos diretamente para os profissionais de saúde. Esse caso ressalta duas propriedades: a resistência ao confisco e a operabilidade através das fronteiras. Além disso, uma agência do governo norte-americano utilizando criptoativos para fins geopolíticos e humanitários é um exemplo das inúmeras possibilidades que essa tecnologia traz.

 

 

REBALANCEAMENTO TRIMESTRAL DO HDAI

 

Na virada de novembro para dezembro, foi realizado o rebalanceamento trimestral do HDAI. O número de constituintes do índice caiu de dezoito para quinze. Dash, AAVE, Ethereum Classic e OMG Network saem do índice por não atingirem 0.25% do market cap total do mercado, enquanto que o Bitcoin SV não apresentou a liquidez mínima exigida. Por outro lado, dois novos criptoativos ingressaram no índice. A Polkadot, uma rede blockchain com o objetivo de conectar múltiplos blockchains, chamados de sub-chains ou parachains. DOT é a criptomoeda nativa da rede Polkadot com US$4,6 bilhões em valor de mercado, e confere aos seus donos poderes de governança, staking e bonding (conexão de uma sub-chain à Polkadot). Já a NEM (New Economic Movement), é uma plataforma de smart contracts focada em alta performance e soluções para empresas. Ela combina protocolo blockchain open-source com ledger privado, e possui um ecossistema independente que pode ser facilmente integrado em sistemas como trading de alta frequência, mercados financeiros e mídias sociais. Com valor de mercado de US$1,4 bilhões, XEM é a criptomoeda nativa da NEM e foi criada em 2015.

 

TEMA DO MÊS:

Após três anos, o Bitcoin atinge novamente um all-time-high, em um contexto bem diferente

Enquanto escrevíamos esta carta mensal, na manhã do dia 30 de novembro, o preço do Bitcoin em dólares atingiu US $19.900 e registrou o seu maior valor histórico, superando o preço de US $19.780, que marcou o pico da bolha de 2017. A ocasião é marcante por diversas razões.

 

Para aqueles, como nós da Hashdex, que trabalham incansavelmente para o sucesso dos criptoativos, o novo all-time-high simboliza singularmente o mérito da tese de que os criptoativos vieram para ficar. Mesmo diante da enorme correção de preços ocorrida em 2018, os que constroem o ecossistema dos criptoativos não perderam o norte. Diante dos vaticínios de que a queda vertiginosa de mais de 80% - o preço do Bitcoin caiu até US $3.200 em novembro de 2018 - significava a derrocada final dos criptoativos, continuamos construindo. Dois anos depois, este novo all-time-high, reforça em muito a resiliência do mercado de criptoativos e mostra a todos que o investimento em construir esse ecossistema continuará valendo muito a pena.

 

Por outro lado, a ocasião também nos remete puramente ao duro ano de 2018, conhecido pelos que acompanham o mercado como o "inverno de cripto". O questionamento a respeito da solidez do rali de preços atual é justo e oportuno. Seria essa mais uma bolha, que em breve terminará com os preços dos criptoativos novamente despencando 80% ou mais? Nossa visão corrente na Hashdex é de que a máxima do mercado de criptoativos continua e continuará valendo por anos: o potencial de retorno é enorme, mas os riscos também são. Assim, é impossível negar que os preços possam sim sofrer significativamente, a qualquer momento. No entanto, possuímos, também, a leitura de que, de forma muito positiva, o contexto ao redor da forte subida de preços desse ano é muito diferente daquilo que testemunhamos em 2017. Isso nos leva a concluir que o rali atual é significativamente mais sólido que o de 2017 e que a tendência é de um longo período de apreciação dos criptoativos, ainda que com muita volatilidade.

2017: A bolha dos ICOs e a alta demanda dos investidores de varejo

Na ocasião, o rali do Bitcoin ocorrido em 2017 era apenas o mais recente de alguns ciclos de fortes altas e fortes quedas pelos quais o criptoativo passou desde sua criação em 2009. Cada um desses períodos teve um contexto diferente, mas todos fizeram parte de uma tendência de longo prazo de alta do preço do Bitcoin, com os mínimos e máximos atingidos em cada ciclo sucessivamente maiores que os anteriores.

 

O rali de 2017 foi marcante porque foi o primeiro a sujeitar uma boa quantidade de investidores de varejo em todo o mundo à alta volatilidade e aos altos drawdowns dos criptoativos. A atenção global foi enorme. Conforme explicado em detalhes por nosso CTO em participação recente no podcast Stock Pickers, o rali de 2017 foi causado por dois fatores principais.

 

O primeiro destes foi a febre dos ICOs (do inglês Initial Coin Offerings). Após o lançamento da rede Ethereum em 2015, e da introdução nela do padrão técnico conhecido como ERC20, não tardou até que desenvolvedores mundo afora percebessem que uma nova (e tentadora) modalidade de se angariar fundos havia se aberto. Com o ERC20, qualquer pessoa passou a poder lançar um ativo digital específico, com controle realizado pela rede do Ethereum. Visto que o Bitcoin, e o próprio Ether, já estavam um tanto quanto estabelecidos como ativos de valor, grupos de desenvolvedores por todo o globo puderam lançar projetos com tokens ERC20 em cima da rede do Ethereum e, através de exchanges não reguladas, podiam "vender" tokens de seus projetos, aceitando Bitcoins ou Ethers em troca, num processo que ficou conhecido como ICO.

 

Como não há de se surpreender, os ICOs se caracterizaram por uma clássica exuberância irracional, na qual investidores individuais ao redor do globo compravam qualquer token que estivesse sendo lançado, na esperança de obter retornos expressivos e fáceis. De fato, alguns dos projetos que conduziram ICOs eram de qualidade, e continuam evoluindo de forma promissora nos dias de hoje. No entanto, a dura realidade é que a grande maioria desses projetos eram iniciativas sem apelo algum, quando não eram fraudes puras. De qualquer maneira, de forma indireta, ativos mais estabelecidos, como o Bitcoin, apreciaram-se enormemente por conta da bolha dos ICOs, pois funcionavam como o canal para se transformar dólares, euros, ienes, etc em tokens desses projetos.

 

Ao longo do ano de 2017 o preço do Bitcoin subiu de aproximadamente US $1 mil para os quase US $20 mil registrados no fim daquele ano. Durante boa parte daquele ano, a febre dos ICOs foi a grande responsável por levar o preço do Bitcoin de US $1 mil para o patamar dos US $6 mil. Tentados pela alta de 500%, investidores de varejo passaram a também apostar puramente na alta do Bitcoin. Uma das teses já existentes na época era a de que os investidores institucionais estavam "chegando" e que contribuiriam para uma alta expressiva nos preços dos criptoativos. Em outubro de 2017 um importante anúncio reforçou enormemente a tese da chegada das instituições.

 

Em 31 de outubro daquele ano, a Chicago Mercantile Exchange (CME), a maior e mais importante bolsa de derivativos do mundo, anunciou que passaria a negociar contratos futuros de Bitcoin. A notícia era realmente relevante e, sim, constituía um importante avanço para o ecossistema dos criptoativos. No entanto, um mercado que já dava sinais de bolha, como consequência da febre dos ICOs, passou a se comportar de forma ainda mais irracional. Nos últimos meses de 2017 o preço do Bitcoin subiu de US $6 mil para quase US $20 mil. Um mercado ainda incipiente não possuía mecanismos para se apostar contra o preço do Bitcoin e era portanto desprovido de um sinal de preços eficiente. Ironicamente, na exata data em que os futuros do ativo passaram a ser negociados na CME, o Bitcoin atingiu sua cotação máxima.

 

O período que se sucedeu, o chamado inverno de cripto de 2018, foi de enorme volatilidade e de drawdowns significativos. Interessantemente, apesar da enorme repercussão negativa do estouro daquela bolha, a comunidade cripto enxerga aquele rali, como os outros que o antecederam, como tendo tido um papel essencial no desenvolvimento do ecossistema. Vários dos avanços em infraestrutura e em regulação que têm fundamentado a alta de preços de 2019 - 2020 tiveram origem no turbulento período de 2017 - 2018 (nós discutimos estes avanços em mais detalhes em nossa carta de agosto). Somando a esses avanços às circunstâncias sem precedentes impostas pela pandemia do COVID-19, pela crise econômica que a acompanha, e pelas respostas agressivas dos governos ao redor do mundo, estabeleceram-se os fundamentos para a forte alta que estamos testemunhando.

2020: Instituições comprando a tese do ouro digital e a entrada do Paypal no espaço

 

O Bitcoin nasceu com a visão de ser uma prova de conceito de um sistema de dinheiro puramente eletrônico, sem dependência em terceiros (o título do artigo que deu origem ao Bitcoin é "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System"). Ao longo dos anos, a narrativa a respeito da utilidade corrente do Bitcoin apresentou um certo grau de fluidez. Para os que se interessarem nesta evolução, este artigo do Nic Carter, um dos maiores influenciadores da comunidade cripto, descreve bem como a narrativa veio se alterando ao longo do tempo.

 

É justo afirmar que, já há alguns anos, a tese predominante a respeito da melhor utilidade do Bitcoin é a de que o criptoativo será a reserva de valor do futuro. O tema possui sua boa dose de controvérsia e suscita opiniões extremas em ambos lados do debate. Em um artigo recente no InfoMoney, nosso Gestor de Carteiras discorreu sobre o debate de forma bastante imparcial. Independentemente de opiniões pessoais sobre o assunto, é difícil negar que a tese vem ganhando força, principalmente entre instituições fora da comunidade cripto.

 

É impossível dissociar o ganho de importância da tese do Bitcoin como reserva de valor do futuro dos estímulos fiscais e monetários sem precedentes que governos ao redor do mundo têm dado em resposta aos desafios econômicos impostos pela crise do COVID-19. O mecanismo de fortalecimento da tese ainda não está claro. Pode ser algo tão simples quanto a elevação do medo de cenários econômicos e financeiros extremos no médio e longo prazo, levando atores da economia a estudar mais sobre os criptoativos e a aprender sobre como, em várias dimensões, os ativos digitais podem ser superiores ao que hoje se utiliza como reserva de valor, apesar da alta volatilidade de seus preços e de suas ainda baixas adoções como reservas de valor. Exemplos de cenários extremos potenciais levando atores a abrir suas mentes incluem altas grandes na inflação, repressão financeira por parte de governos (impondo juros reais negativos a poupadores), ou um "plano Collor mundial", um cenário descrito com exatas palavras por ninguém menos que Luis Stuhlberger, um dos gestores mais respeitados do país.

 

Independentemente do mecanismo exato de fortalecimento da tese do Bitcoin como reserva de valor do futuro, casos específicos já demonstram que o mesmo está ocorrendo. Em maio desse ano o renomado investidor Paul Tudor Jones revelou, em carta para os investidores de seus fundos, que acreditava que, dentre as várias alternativas para proteger-se do fenômeno que ele denominou "a grande inflação monetária", o Bitcoin era, em suas projeções, o "cavalo mais rápido". Mais recentemente, Jones reiterou sua posição em entrevista para o canal americano de TV CNBC, ao equiparar um investimento em Bitcoin a investir cedo em companhias como Apple e Google, duas das mais valiosas empresas da História.

 

Jones não é a única personalidade de Wall Street  a fazer coro para o potencial do Bitcoin como uma reserva de valor. No início de novembro foi a vez de Stanley Druckenmiller, ex-sócio de George Soros, declarar uma visão bem positiva sobre o Bitcoin. Mais recentemente Rick Rieder, o CIO de renda fixa da gigante Blackrock declarou, também em entrevista para a CNBC, que "o Bitcoin veio para ficar", afirmando também que o Bitcoin é "bem mais funcional do que ficar passando uma barra de ouro de uma mão para outra". Em suma, para um grupo que há três anos preferia associar Bitcoin aos termos "fraude" e "veneno de rato", o progresso dos criptoativos aos olhos dessas personalidades de Wall Street é notável. E tal progresso não se restringe a pessoas específicas.

 

Somente no mês passado, casas importantes como JP Morgan, Citibank e AllianceBernstein produziram relatórios que promovem fortemente a tese do Bitcoin como a reserva de valor do futuro. Agora em novembro, a gigante Guggenheim Funds se juntou às gestoras que declaradamente possuem permissão para investir em Bitcoin, ao submeter para a SEC documentação que a permitirá aplicar até 10% do patrimônio de um de seus fundos macro em Bitcoin. A essas, somam-se empresas abertas como Microstrategy e Square, que passaram a incluir Bitcoin em suas estratégias de administração de caixa. Como pode-se concluir, em 2020, os exemplos específicos de um nível enorme de demanda institucional por Bitcoin são fartos. Na esteira desses, as evidências mais amplas também fortalecem muito a tese de que, ao contrário de 2017, agora são instituições liderando a alta em cripto.

 

Em um relatório recente, a renomada empresa de análise de dados em blockchain, Chainalysis, construiu um argumento contundente de que o rali de 2020 é bem diferente do de 2017, principalmente por estar sendo puxado pelo interesse de investidores institucionais. No relatório, a empresa analisa e interpreta diversos indicadores agregados. Os números mostram que, atualmente, a porção de Bitcoins pertencentes a carteiras classificadas como ilíquidas (i.e. de investidores que seguram pelo longo prazo) é bastante maior que em 2017. O relatório demonstra, ainda, que a porção de transferências de altos valores, geralmente associadas a investidores institucionais, para fora das corretoras de cripto tem sido deveras superior em 2020 versus 2017. Finalmente, o relatório termina o argumento analisando a porção dos depósitos em corretoras de cripto baseadas na América do Norte e em corretoras que transformam cripto em dinheiro fiduciário, ambas associadas a investidores institucionais, que preferem a facilidade e o respaldo regulatório destas exchanges. Em ambos os casos, as porções em 2020 são bem maiores que em 2017, o que é condizente com maior fluxo advindo de instituições.

 

Os indicadores fornecidos pelo relatório da Chainalysis nos levam à conclusão de que os casos específicos expostos acima são parte de uma tendência bem mais generalizada, de instituições abraçando os criptoativos em 2020, provavelmente em resposta às incertezas macroeconômicas do mundo pós-pandemia. Esse prospecto é extremamente positivo para o sucesso dos criptoativos no longo prazo. Em nossa visão, independentemente das eventuais consequências desse grande experimento econômico e financeiro que os governos centrais estão conduzindo, a crise deflagrada pela pandemia terá tido um enorme papel na adoção dos criptoativos. Isso porque a mera incerteza que a mesma tem gerado elevou consideravelmente  a atenção sobre o tema e a consequente adoção do Bitcoin e de outros ativos digitais.

 

Em última instância, nossa visão na Hashdex é a de que os principais fundamentos que determinarão o sucesso dos criptoativos são o progresso tecnológico e a paulatina adoção. Conforme explicamos acima, o ano de 2020 tem sido bastante diferente de 2017 no que tange a aceitação de cripto por parte de instituições. No entanto, não é somente esse aspecto que torna 2020 bem diferente de 2017. Neste ano, testemunhamos um dos maiores avanços no que diz respeito à adoção dos criptoativos por indivíduos e empresas: a entrada em cena do Paypal.

 

É difícil exagerar na significância dessa adição ao rol de atores ativos em cripto. O Paypal é uma das maiores instituições financeiras do mundo e há anos era conhecida por seu conservadorismo no que diz respeito a criptoativos. Para se ter uma idéia de sua importância, vale lembrar que seu valor de mercado atual (US$ 250 bilhões) é maior que os valores de outras empresas com reconhecida influência no mercado, como Goldman Sachs (US $80 bilhões), Bank of America (US $240 bilhões), e Wells Fargo (US $113 bilhões). Com seus mais de 300 milhões de usuários e 26 milhões de empresas cadastradas, o Paypal pode prover o maior impacto de um único agente na adoção dos criptoativos desde a criação do Bitcoin, em 2009.

 

Em outubro o Paypal anunciou que daria a seus usuários as funcionalidades de comprar, vender e armazenar Bitcoin e outros criptoativos. Além disso, num futuro próximo, seus usuários poderão usar criptoativos para compras nas milhões de empresas cadastradas na plataforma. Nas semanas após o anúncio, o CEO do Paypal revelou que a fila de espera para transacionar ativos digitais na plataforma foi muito maior do que as previsões iniciais.

 

Em 12 de novembro o Paypal abriu oficialmente a plataforma para que usuários dos EUA pudessem comprar e vender ativos digitais. Indicadores preliminares evidenciam que a demanda por Bitcoins gerada pelo Paypal tem sido realmente grande. De fato, após o início da operação do Paypal, o movimento de alta de novembro se fortaleceu bastante, com o Bitcoin rompendo seguidas barreiras (US $16 mil, $17 mil, $18 mil e $19 mil) em apenas algumas semanas. 

 

Em contraste ao ambiente que existia em 2017, está claro para nós que o nível atual de adoção do Bitcoin está em outro patamar. A crescente adesão de instituições à tese do Bitcoin como reserva de valor do futuro e a entrada de players como o Paypal mudam completamente a perspectiva de sucesso dos criptoativos no longo prazo. Sendo assim, nossa interpretação é a de que o rali que estamos vivendo agora possui muito mais substância do que aquele que vimos em 2017.

 

 

O que esperar em 2021: Novos all-time-highs, com enorme volatilidade

 

Em Março deste ano, no auge do estresse nos mercados causado pelo surto do COVID-19, nós enviamos uma carta aos nossos investidores e parceiros. Nela, discorremos sobre nossa leitura a respeito dos movimentos extremos do mercado. Naquele momento, que era um  delicado para os ativos digitais (o HDAI chegou a cair 47% desde seu máximo em fevereiro), nós reforçamos nossa tese de longo prazo sobre os criptoativos, tendo, inclusive, descrito a possibilidade de que a crise poderia ter um efeito líquido bastante positivo para a classe, o que hoje se prova bastante presciente.

 

Mais importante, contudo, na ocasião nós recomendamos aos nossos investidores um curso de ação centrado em disciplina e serenidade, virtudes que conhecidamente recompensam investidores no longo prazo, independentemente dos cenários que vierem a se materializar. Pois bem. A situação atual dos criptoativos é claramente diferente daquela que vivíamos em março. No entanto, como não poderia deixar de ser, nossas recomendações são as mesmas.

 

Nossa expectativa para 2021 é de um novo bull run dos criptoativos, mas com enorme volatilidade. Nossa experiência de anos em cripto nos ensinou que, em períodos como o atual, drawdowns significativos podem, e vão, ocorrer. Variações diárias da ordem de 30%, ou mesmo maiores, não são só possíveis, são prováveis. Diante desse contexto, é essencial que os princípios eternos de bom investimento, muito bem cobertos na carta de março, sejam aplicados. Transcrevemo-os aqui:

 

Em um nível básico, é essencial que os investidores atentem para suas restrições individuais e para os princípios de bom investimento bem estabelecidos. Cada investidor deve possuir um controle detalhado de suas necessidades atuais e futuras de caixa. Qualquer carteira de investimentos deve ser pensada com o objetivo de oferecer boas garantias de que essas necessidades de caixa serão atendidas.

 

Outros princípios importantíssimos são: aportes espalhados ao longo do tempo, visão de longo prazo, rebalanceamentos periódicos e a busca por classes de ativos não-correlacionadas. Finalmente, investidores devem sempre maximizar a qualidade e o calibre de seus parceiros de investimento, a fim de evitar riscos além daqueles inerentes à variação de preços de ativos.

 

Como é o caso para a grande maioria de classes de ativos, o investimento em criptoativos deve ser encarado exclusivamente como um investimento de longo prazo. Mesmo em cenários sem crise, a classe já mostrou seu perfil elevado de risco, com volatilidades e episódios de drawdowns bastante superiores aos de outros ativos de risco.

 

Por outro lado, a evidência histórica da classe também já mostrou o potencial de retorno dos criptoativos no longo prazo. Este artigo, de autoria do nosso Gestor de Carteiras, constrói um caso muito bem fundamentado sobre as altas probabilidades de retornos expressivos no longo prazo, e sobre a recompensa da resiliência, ao se investir em criptoativos.

 

Apesar da alta volatilidade e dos drawdowns acentuados, em horizontes de cinco anos ou mais, a probabilidade de o investidor obter ganhos de mais de 100% supera os 88%, mantendo-se o padrão observado nos últimos anos (lembrando-se, obviamente, que resultados passados não são garantia de resultados futuros).

 

Uma outra consideração crítica para o investidor em criptoativos é a devida calibragem da posição. Em cripto, o correto é uma alocação relativamente pequena da carteira de cada investidor.

 

Nossa regra de bolso sugere que ela não utrapasse 5% da carteira, dependendo do apetite de risco de cada investidor. Uma regra mais rigorosa é discutida em detalhes nesse artigo, que conclui que uma boa aproximação para uma alocação ótima em criptoativos, partindo da volatilidade de uma carteira já existente, é calculada pelo quadrado da volatilidade da carteira dividido por 40.

 

Os próximos meses serão fascinantes para aqueles que, como nós da Hashdex, acompanham de perto o mundo blockchain e o mercado de criptoativos. Apesar das incertezas e dos riscos inerentes a esta que é uma classe de ativos tão incipiente, nós acreditamos que o ecossistema está em seu melhor momento histórico. Ao nosso ver, em 2021, cripto pode dar passos marcantes no sentido de provar sua utilidade ao mundo. Nossa equipe tem a enorme satisfação de contribuir para esse objetivo.

 

DESTAQUES DA HASHDEX

 

HASHDEX NO STOCKPICKERS:

O Stock Pickers , maior podcast de ações do Brasil, devido à alta do bitcoin, que atinge seu valor mais alto desde 2017, decidiu fazer uma edição especial do programa, o "Cripto Pickers". Para tal, foram convidados nosso CTO, Samir Kerbage,  Fernando Ulrich , da Liberta Investimentos e Rodrigo Tolotti, jornalista do InfoMoney. Não deixem de ouvir essa aula histórica sobre um dos ativos que mais valorizou em 2020.

 

HASHDEX NO EXAME- FUTURE OF MONEY:

Nosso CEO, Marcelo Sampaio, participou de um painel acerca da temática do Bitcoin e outros criptoativos no Exame Future of Money. O evento é organizado pela Revista Exame e é o maior evento online sobre o futuro do dinheiro da América Latina. 

 

NEOFEED: A GESTORA BRASILEIRA QUE ESTÁ SURFANDO A ALTA DAS CRIPTOMOEDAS

No dia 11/11 a Hashdex foi pauta no Neofeed. A matéria trazida pelo portal conta a história da gestora, seu crescimento exponencial no ano de 2020 e a entrada de novos investidores nesse mercado.



 

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