Nas últimas décadas, o mundo testemunhou um dos mais importantes períodos de crescimento econômico da história, e não é exagero afirmar que os mercados de capitais tiveram um papel fundamental nesse desenvolvimento. Um mercado financeiro, quando bem desenvolvido, permite que recursos financeiros sejam empregados de maneira eficiente, alcançando pessoas, projetos e empresas que podem aportar mais valor à sociedade.
A função chave de uma organização financeira neste contexto é o de ser um intermediário de confiança, uma instituição na qual as pessoas confiam para depositar seu capital, com a expectativa de que ele será usado de forma segura e prudente. O progresso que este modelo trouxe à sociedade é inegável, mas não é isento de inconvenientes. Até recentemente, num ambiente onde a confiança é um atributo essencial, algum grau de centralização era inevitável. Afinal, as instituições maiores e mais fortes são provavelmente as mais requisitadas, atraindo ainda mais capital.
Contudo, existem falhas fundamentais nessa concentração. À medida que essas instituições crescem, algumas questões relevantes começam a surgir: a complexidade operacional aumenta, reduzindo a velocidade e flexibilidade; os clientes de menor porte perdem interesse econômico e são negligenciados, em comparação com os clientes maiores e mais lucrativos; e as taxas cobradas geralmente ficam mais altas à medida que o poder de mercado dessas instituições aumenta. Ademais, não existem incentivos claros que levem uma instituição a cooperar com seus concorrentes, o que fragmenta o setor. Resumindo, o sistema se torna mais caro e ineficiente.