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Mercados de cripto sofrem as consequências do congelamento de saques da FTX

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O NCI fechou o domingo (13/11/22) 22,6% abaixo do fechamento da semana anterior. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo ethereum (ETH), que recuou 23,8%, enquanto o bitcoin (BTC) caiu 22%.

Após uma semana da sinalização de Jerome Powell para “deixar a porta aberta” para desaceleração nas altas da Fed funds rate, investidores nos EUA voltavam a sua atenção para as eleições até a divulgação da leitura do CPI de outubro.  

No domingo (06/11), o CEO da Binance, Changpeng Zhao, publicou um tweet revelando que a sua exchange pretendia “liquidar o que restava de FTT” no seu balanço. O tweet foi uma reação a um relatório da Coindesk, que revelou que a Alameda, uma trading firm associada à FTX, tinha um balanço repleto de FTT, o token nativo da exchange FTX.  

Tanto a Alameda quanto a FTX foram fundadas e lideradas por uma das personalidades mais visíveis da indústria de cripto, conhecido como Sam Bankman-Fried. Os passivos da Alameda eram respaldados por um token ilíquido criado pelo seu próprio fundador. Essa manobra financeira pode ter evitado que a Alameda tivesse o mesmo destino que a Celsius, Voyager e 3AC após o colapso do ecossistema UST (Terra-Luna) em maio.      

Inicialmente, o impacto do tweet publicado por Zhao se limitou ao token FTT e à Solana (SOL), que tiveram seus preços em queda na tarde do Domingo. A Alameda participou da oferta inicial (inglês: initial coin offering) da Solana em 2020. Como os temores a respeito da insolvência da Alameda, investidores começaram a temer que a trading firm poderia liquidar a sua grande posição de Solana para se manter líquida.    

Apesar das manchetes preocupantes, tanto o BTC quanto o ETH se mantiveram relativamente estáveis na segunda-feira. O BTC registrou a sua alta semanal de US$20,927 assim que a semana começou, enquanto a alta semanal do ETH (US$1.606) seria registrada algumas horas depois. 

A CEO da Alameda, Caroline Ellison, fez uma oferta à Binance para comprar toda a sua posição de FTT via uma transação over the counter, mas Zhao rejeitou a proposta na mesma tarde.  

Na virada de segunda para terça, os mercados começaram a reagir à manchete de que a FTX  tinha congelado os saque dos seus clientes, levando o BTC e o ETH a cederem US$1.000 e US$100, respectivamente.Os preços se estabilizaram até que, na terça-feira, Zhao publicou um tweet revelando que a Binance tinha assinado uma “carta de intenção não obrigatória, sinalizando a intenção de comprar a FTX.” Os preços dos criptoativos esboçaram uma recuperação com a esperança dos investidores de que a possível compra da FTX poderia conter o contágio.

No entanto, quase imediatamente após o anúncio da Binance e a alta súbita, investidores começaram considerar a possibilidade de que a exchange desistiria da compra da sua maior rival. Como consequência, o BTC e o ETH cederam 11% e 16% do seu preço, respectivamente.

Após andar de lado no restante da terça-feira e na manhã da quarta-feira, manchetes confirmando desistência da Binance causaram outro tombo dos preços do criptoativos. Até o final da noite da quarta-feira, o BTC tinha furado o limiar de US$16.000 e o ETH o limiar de US$1.100, atingindo as suas baixas semanais. Havia mais de dois anos que o BTC não recuava abaixo desse limiar.      

Os preços dos criptoativos iniciaram uma recuperação na mesma noite, mas voltaram a cair em antecipação da divulgação da leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em Inglês) dos EUA, referente ao mês de outubro. A leitura mostrou que os preços avançaram 0,4% no mês, levando o acumulado de 12 meses para 7,7%. O resultado veio 0,2% abaixo da projeção do mercado, tornando outubro o mês em que os preços menos avançaram nos EUA desde de janeiro.        

O resultado do CPI levou os preços de ativos digitais a se recuperarem, com o BTC subindo US$1.000 e o preço ETH a aumentar US$100. Apesar do alívio da manchete positiva após a semana desafiadora, o colapso da FTX aparenta ter privado os mercados de cripto do melhor dia de retornos em 2022. 

No mesmo dia, o S&P 500 avançaria 5,54% (melhor fechamento desde 04/2020) e o Nasdaq Composite 7,35% (melhor desde 03/2020), em um dia que a Bloomberg caracterizou como o “melhor dia (para as bolsas) pós-CPI da história''. 

Os dados de inflação de outubro aparentam ter confirmado a expectativa de que o ciclo de altas mais agressivo do FOMC, desde o início da década de 80, acaba de aparecer no retrovisor. Infelizmente, investidores de cripto estavam consumidos por uma crise interna e ficaram fora da festa.     

De quinta-feira à sexta-feira de tarde, os criptoativos continuaram a perder força entre pequenas altas e baixas, até que o preço BTC se estabilizou logo abaixo dos US$17.000. 

Ainda na sexta-feira, a FTX divulgou um comunicado informando que a exchange tinha declarado falência e que o seu CEO, Sam Bankman-Fried, tinha pedido demissão. No mesmo dia, a FTX revelou que US$600 milhões foram extraviados da sua carteira por meio de “transações não autorizadas”, além de divulgar um alerta aos seus clientes avisando que o site da FTX e o seu App tinham sidos comprometidos e agora poderiam ser usados como vetor para a transferência de um vírus.     

No sábado, os preços andaram de lado, antes de retomarem uma trajetória de queda no domingo, levando o BTC a furar o limiar de US$16.000 novamente e o ETH a cair abaixo dos US$1.200 na madrugada de segunda-feira. 

Ainda na segunda-feira, o mercado foi beneficiado por uma alta repentina que elevou o preço do BTC para logo abaixo do limiar de US$17.000, antes de cair até US$16.650 em torno do horário em que as bolsas fechavam nos EUA, com o ETH seguindo uma trajetória parecida rumo aos US$1.250. 

Na terça-feira, o preço do BTC continuou a se recuperar entre pequenas altas e baixas até situar-se próximo do limiar de US $17,000 na noite da terça-feira, enquanto o ETH foi negociado a $1.250 durante todo o dia. 

    

Destaques da semana

 

Investidores devem passar a semana monitorando desenvolvimentos que ajudem a mensurar o impacto do colapso da FTX. Ainda não está claro quais entidades do mercado foram comprometidas pelo token FTT e quem dependia dos serviços de custódia da FTX e teve seus recursos congelados. Joseph Ayoub, analista do Citibank, comentou na sexta-feria passada durante entrevista à mídia que “o risco de um amplo contágio é alto… mas ainda não está claro até que ponto (a crise) deve chegar”, além de adicionar que “uma resolução da crise ainda pode estar longe.”

 

Eleições nos EUA e a regulamentação de cripto 

 

O Partido Republicano registrou uma vitória menos contundente do que esperada nas eleições do Congresso, mas os criptoativos contam com aliados em ambos os partidos que dominam a política americana. O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, foi o segundo maior doador do Partido Democrata durante esse ciclo eleitoral. O colapso da segunda maior exchange do mundo deve intensificar o debate em torno da necessidade de aprovar um arcabouço regulatório definitivo para os ativos digitais   

Debbie Stabenow, senadora de Michigan que preside a Comissão de Agricultura, destacou, na quinta-feira passada, a “necessidade urgente de aumentar a supervisão dos mercados de cripto a nível federal” após o colapso da FTX. A senadora é uma das autoras da Digital Commodities Consumer Protection Act (DCCPA), um dos projetos de lei atualmente tramitando pelo Congresso dos EUA que busca regulamentar o mercado de ativos digitais.

Havia esperança que o projeto poderia retomar seu ímpeto após as eleições. Contudo, como Sam Bankman-Fried era o porta-voz mais vocal do projeto entre os representantes da indústria de cripto, a iniciativa pode acabar indo para o fim da fila. A crise da FTX deve atrasar todos os projetos que tangem os criptoativos, já que os legisladores americanos devem aguardar a investigação dos fatos ocorridos antes que qualquer projeto seja apreciado.

As quatro semanas de trabalhos no Congresso que restam em 2022 devem ser consumidas por outras discussões—entre elas o limite do teto de dívida dos EUA— até a retomada dos trabalhos em janeiro. Não obstante, as vulnerabilidades do mercado de ativos digitais expostas pelo colapso do FTX —como a falta de divisão clara entre os recursos de clientes e das exchanges, além da ausência de um prestamista de última instância—devem ser debatidos de forma intensa até a virada do ano.

 

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