O NCI fechou o domingo (30/10/22) 10,4% acima do fechamento da semana anterior. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo ethereum (ETH), que subiu 19,6%, enquanto o bitcoin (BTC) subiu 6,4%. 

No início da última semana de um outubro marcado pela baixa volatilidade, investidores continuavam a acompanhar a temporada de balanços nos EUA enquanto aguardavam a última leitura de inflação nos EUA (PCE, na sexta-feira) antes da decisão de política monetária do FOMC no dia 2 de novembro.  

Após um rally no final do domingo, os preços do ETH e do BTC andaram de lado durante uma segunda-feira com baixa volatilidade. Essa dinâmica se estendeu até a abertura de bolsas nos EUA na terça-feira, quando o preço do ETH avançou US$150 de forma súbita a caminho do limiar de US$1.500, reconquistando um patamar de preços não visto desde meados de setembro e recuperando grande parte das perdas registradas após a sua transição exitosa para o modelo de prova de participação.

Mercado tradicionais também registraram um dia positivo (S&P 500 +1.63%), mas o rally do ETH foi causado por um short squeeze (português: aperto nos vendidos, na tradução livre), um dinâmica causada por uma alta inesperada que obriga os vendidos a comprarem ETH para encerrar uma posição que cria um efeito cascata que eleva preços.     

Diferente do que ocorreu em meados de outubro — quando os preços se recuperaram após uma leitura negativa do CPI nos EUA — esse short squeeze não foi causado por uma manchete macroeconômica.    

Após uma breve queda na tarde da terça-feira, o ETH retomou uma trajetória de alta que puxou o preço do BTC, mas deixou para trás os seus rivais de contratos inteligentes.

Na quarta-feira, o mercado de ativos digitais aparentava estar perdendo força quando as bolsas nos EUA estavam abrindo e o mercado tradicional estava começando a reagir aos resultados negativos da Microsoft e da Alphabet (Google).

Porém, o Banco Central do Canadá anunciou uma alta de juros de 50 bps, surpreendendo o mercado que esperava uma alta de 75 bps. Seria a decisão do BC do Canadá uma sinalização de que os BCs ao redor do mundo estariam prontos para desacelerar o ciclo de altas?  

A ferramenta de monitoramento do Fed da CME mostrou uma redução moderada na probabilidade de um alta de 75 bps (outubro 21: 95% vs. outubro 27: 88.5%) para a decisão do FOMC desta quarta-feira, sugerindo que algum investidores interpretaram a decisão do BC do Canadá de tal forma.      

Preços dos ativos digitais registraram uma leve queda na quinta-feira após a divulgação do resultado do PIB americano no 3º tri, que cresceu 2.6% na base anualizada, superando as projeções (2.4%) e sugerindo que ainda existe espaço para o aperto monetário do Fed.   

Próximo do final do pregão das bolsas americanas, os preços dos ativos digitais registraram em queda junto com os mercados tradicionais à medida que investidores se posicionavam antes da divulgação do Personal Consumption Expenditures Price Index (PCE) dos EUA (português: Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal).  

Na sexta-feira, investidores deram um suspiro de alívio quando os resultados do PCE mostraram uma inflação ligeiramente abaixo do esperado para o mês de setembro. O índice mostrou uma alta de 0,3% (esperado 0,4%) na base mensal e uma alta de 6,2% na base anualizada. O núcleo do CPE, que exclui as categorias de alimentos e energia, cresceu 0,5% em setembro e 5.3% em 12 meses, replicando os resultados de agosto.     

Investidores interpretaram os resultados como uma sinalização de que o aperto monetário do FED estava surtindo o seu efeito desejado e poderá ser amenizado no curto prazo, como mostra monitoramento da CME que, pela primeira vez, mostrou uma probabilidade mais alta de um anúncio de 50 bps do que uma quinta alta consecutiva de 75 bps para última reunião do Fed em 2022 (14 de Dezembro).  

A leitura positiva do PCE restabeleceu o ímpeto que predominou durante a maioria da semana. O BTC atingiu a sua máxima semanal de US$20.925 na manhã de sábado. O ETH manteve a sua trajetória de alta até a tarde do mesmo dia, ponto em que registrou a sua alta semanal de US$1.645.    

Destaques da semana

 

Na segunda-feira, a zona do euro divulga dados de inflação (CPI), que demonstrarão o impacto da guerra da Ucrânia sobre preços à medida que o continente ingressa em um inverno repleto de incertezas. Na terça-feira, os holofotes se voltarão para a decisão de política monetária (15h) do FOMC. O mercado não espera surpresas, presumindo uma alta de 75 bps, mas a coletiva de Jerome Powell (15h30), pode revelar fatos que podem afetar os mercados de ativos digitais. Dados do mercado de trabalho nos EUA (jobless claims, na quinta-feira, e payroll, na sexta-feira) fecham o calendário macro da semana.  

 

Outras Notícias

 

Google Cloud anuncia serviços para validadores de blockchain na rede Ethereum

 

A Google anunciou planos para lançar uma node engine (português: mecanismo de nós, na livre tradução) baseada na nuvem para projetos na rede Ethereum. Segundo o anúncio, o novo mecanismo permitirá que empresas Web3, que necessitam das suas próprias nodes, a “transmitir transações, implantar contratos inteligentes e ler ou gravar dados de blockchain com a confiabilidade, desempenho e segurança que eles esperam da infraestrutura de rede e computação do Google Cloud.” O novo projeto da Google promete agilizar e simplificar a implementação de novos nodes e demonstra a atenção contínua dada por grandes empresas de tecnologia ao ecossistema de cripto apesar da baixa de preços.      

 

Pesquisa da Fidelity mostra que interesse institucional continua em alta

 

A Fidelity, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, acaba de divulgar o resultado de uma pesquisa que mensura o nível de interesse institucional nos criptoativos. Segundo a enquete, a adoção de criptoativos nos EUA (42%) e na Europa (67%), cresceu 9 e 11 pontos percentuais na base anual, respectivamente. A pesquisa também mostrou que mais da metade dos participantes (58%) fizeram investimentos em ativos digitais em 2022 e 74% dos investidores pretendem investir no futuro. Segundo Tom Jessop, presidente da Fidelity Digital Assets, “Embora os mercados tenham enfrentado ventos contrários nos últimos meses, acreditamos que os fundamentos dos ativos digitais permanecem fortes e que a institucionalização do mercado nos últimos anos o posicionou para resistir aos eventos recentes.”    

 

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